A Que Distância Deixaste o Coração
A casa onde às vezes regresso é tão distante
da que deixei pela manhã
no mundo
a água tomou o lugar de tudo
reúno baldes, estes vasos guardados
mas chove sem parar há muitos anos
Durmo no mar, durmo ao lado do meu pai
uma viagem se deu
entre as mãos e o furor
uma viagem se deu: a noite abate-se fechada
sobre o corpo
Tivesse ainda tempo e entregava-te
o coração
José Tolentino de Mendonça
da que deixei pela manhã
no mundo
a água tomou o lugar de tudo
reúno baldes, estes vasos guardados
mas chove sem parar há muitos anos
Durmo no mar, durmo ao lado do meu pai
uma viagem se deu
entre as mãos e o furor
uma viagem se deu: a noite abate-se fechada
sobre o corpo
Tivesse ainda tempo e entregava-te
o coração
José Tolentino de Mendonça
4 Comments:
:) gosto imenso!
sim, é maravilhoso. Este poema de Tolentino de Mendonça foi-me aqui deixado, num comentário, pela menina_marota.
Gostei muito também!
Não conheço o autor, mas me identifiquei. Mas isso aqui não é para comentar de Tolentino. É mais. É para agradecer a simpatia do seu ultimo comentário no meu blog. Um beijo grande!
Ps: O pedido foi atendido ;)
Vai-se sempre a tempo... desistir é que nunca!
Poema lindo, gostei muito.
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