terça-feira, setembro 20, 2005

A Que Distância Deixaste o Coração

A casa onde às vezes regresso é tão distante
da que deixei pela manhã
no mundo
a água tomou o lugar de tudo
reúno baldes, estes vasos guardados
mas chove sem parar há muitos anos

Durmo no mar, durmo ao lado do meu pai
uma viagem se deu
entre as mãos e o furor
uma viagem se deu: a noite abate-se fechada
sobre o corpo

Tivesse ainda tempo e entregava-te
o coração



José Tolentino de Mendonça

4 Comments:

Blogger Maria do Rosário Sousa Fardilha said...

:) gosto imenso!

20 setembro, 2005  
Blogger I said...

sim, é maravilhoso. Este poema de Tolentino de Mendonça foi-me aqui deixado, num comentário, pela menina_marota.

20 setembro, 2005  
Blogger Fernando Palma said...

Gostei muito também!
Não conheço o autor, mas me identifiquei. Mas isso aqui não é para comentar de Tolentino. É mais. É para agradecer a simpatia do seu ultimo comentário no meu blog. Um beijo grande!
Ps: O pedido foi atendido ;)

20 setembro, 2005  
Blogger mfc said...

Vai-se sempre a tempo... desistir é que nunca!
Poema lindo, gostei muito.

20 setembro, 2005  

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