domingo, setembro 18, 2005

Pedro Lembrando Inês



(...)Em quem pensar, agora, senão em ti?
Tu, que me esvaziaste de coisas incertas,
e trouxeste a manhã da minha noite.
É verdade que te podia dizer:
«Como é mais fácil deixar que as coisas não mudem,
sermos o que sempre fomos,
mudarmos apenas dentro de nós próprios?»
Mas ensinaste-me a sermos dois;
e a ser contigo aquilo que sou,
até sermos um apenas no amor que nos une,
contra a solidão que nos divide.
Mas é isto o amor:
ver-te mesmo quando te não vejo,
ouvir a tua voz que abre as fontes de todos os rios(...)


Nuno Júdice

6 Comments:

Blogger Menina Marota said...

A poesia de Nuno Júdice...gosto de a ler.

Grata pela partilha. Um abraço e bom fim de semana :)

18 setembro, 2005  
Blogger I said...

Boa noite Menina_Marota,Hola Dizzie e Romero, Nuno Judice, António Franco Alexandre , José Tolentino de Mendonça são os poetas portugueses contemporâneos cuja leitura mais prazer me dá. Tenho, por isso, dado algum relevo à sua poesia aqui no "asas". Em Nuno Júdice leio o Amor.Em António Franco Alexandre o mundo é matemática pura, com toda a filosofia que esta encerra e em Tolentino de Mendonça leio Esperança de revelação: "ainda espero(...)".Há pessoas que ainda esperam. Não sei bem o que pensar disso...É , talvez, melhor não pensar e sentir apenas ( a poesia).

Um abraço para vós!obrigada , sempre, pelas vossas visitas.

18 setembro, 2005  
Blogger Fernando Palma said...

Mudanças boas são nescessárias.
É preciso se superar para continuar o mesmo!
Meu beijo.

18 setembro, 2005  
Blogger mfc said...

Um poema da espera e do querer!
Não se quer nunca desistir de quem se gosta... mas são precisos dois para dançar o tango!

18 setembro, 2005  
Blogger I said...

Então ,ainda bem que o encontrou , JRD.Fico feliz por isso.:-)

18 setembro, 2005  
Blogger Menina Marota said...

Um dos poemas que mais gosto de José Tolentino Mendonça, deixo-o aqui para ti...


"A casa onde às vezes regresso é tão distante
da que deixei pela manhã
no mundo
a água tomou o lugar de tudo
reúno baldes, estes vasos guardados
mas chove sem parar há muitos anos

Durmo no mar, durmo ao lado do meu pai
uma viagem se deu
entre as mãos e o furor
uma viagem se deu: a noite abate-se fechada
sobre o corpo

Tivesse ainda tempo e entregava-te
o coração"

(Poema "A Que Distância Deixaste o Coração")

Um abraço e uma óptima semana :)

19 setembro, 2005  

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