sexta-feira, setembro 16, 2005

Num lugar ao sul

É um lugar ao sul, um lugar onde
a cal
amotinada desafia o olhar.
Onde viveste. Onde às vezes no sono

vives ainda. O nome prenhe de água
escorre-te da boca.
Por caminhos de cabras descias
à praia, o mar batia

naquelas pedras, nestas sílabas.
os olhos perdiam-se afogados
no clarão
do último ou do primeiro dia.

Era a perfeição



Eugénio de Andrade

7 Comments:

Blogger I said...

Oh!O Alentejo!rs*!

16 setembro, 2005  
Blogger mfc said...

Belo modo do Eugénio descrever a saudade.
É um génio.

16 setembro, 2005  
Blogger Pêndulo said...

Tenho um certo receio do que me aconteceria se vivesse naquela imensidão, e no entanto atrai-me.

16 setembro, 2005  
Blogger I said...

O Alentejo não se consegue descrever com palavras.Tem que se sentir. Beja foi um dos sitios onde vivi. Passei lá alguns anos , dias bons e dias maus, tal como aconteceria em qualquer outro lugar onde tivesse vivido.Hoje sinto saudades de momentos, emoções que sei que nunca mais viverei em lado algum , mesmoq eu la volte não so viverei porque o Alentejo está diferente, eu estou diferente, as pessoas que la estão agora são diferentes umas, estão diferentes, outras .


Eugenio de Andrade é GRANDE. Sabia muito sobre a alma humana.

16 setembro, 2005  
Blogger sónia said...

Não sei se ainda venho a tempo de lhe desejar boa viagem até cá! Pode ser que nos cruzemos pelo Luís da Rocha...e as suas pecaminosas empadas! Boa viagem e um bom dia pelo Alentejo!

16 setembro, 2005  
Blogger I said...

e as trouxas de ovos? e os porquinhos doces? e os queijinhos do céu? e os papos de anjo? e...e...aiiiiiiiiiiiiii.....nunca mais é amanhã!!!!!!!!!!!!!!

16 setembro, 2005  
Blogger GNM said...

Um poeta não morre! Está eternamente metamorfoseado em palavras belas…
Até sempre poeta.

17 setembro, 2005  

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