Ano
Benéficas agora, ainda tranquilas
As cepas, as uvas
A vinha do enforcado.O Outro
É ainda o desconhecido, o Outro estava, está sempre
Fechado neste céu opaco
Onde a luz avinhada
É cada vez mais frouxa
-e o grito do tentilhão já é só gelo.
Aqui, nestes trabalhos calmos,
Claros, aqui prossegue e arde
O todo que não tenho
Mas tenho que perder.
Os tempos que se foram,
O tempo que aí vem
Arremetem-
Sem saber como, cheguei aqui,
Espero, ardo, avanço por
Dias e dias inacessíveis
E torno-me sem fim o que já sou,
A repousar nesta luz vazia.
Julio Cortázar
As cepas, as uvas
A vinha do enforcado.O Outro
É ainda o desconhecido, o Outro estava, está sempre
Fechado neste céu opaco
Onde a luz avinhada
É cada vez mais frouxa
-e o grito do tentilhão já é só gelo.
Aqui, nestes trabalhos calmos,
Claros, aqui prossegue e arde
O todo que não tenho
Mas tenho que perder.
Os tempos que se foram,
O tempo que aí vem
Arremetem-
Sem saber como, cheguei aqui,
Espero, ardo, avanço por
Dias e dias inacessíveis
E torno-me sem fim o que já sou,
A repousar nesta luz vazia.
Julio Cortázar
1 Comments:
...
Um beijo
Daniel
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