Pura ficção ou a história de um Victorinox que abriu um Plátano Velho
Só existem quatro histórias que merecem ser contadas, dizia Jorge Luis Borges: o amor entre duas pessoas, o amor envolvendo três pessoas, a busca pelo poder e uma viagem.
Tenho alguma dificuldade em enquadrar a minha história numa destas temáticas, mas como quero muito que mereça ser contada, opto por inseri-la em "viagens".
Ou melhor, não opto. As circunstâncias obrigam.
Assim tudo fica mais verosímil, ainda que seja pura ficção.
Trata-se de um pequeno episódio passado numa segunda-feira, dia de semana em que, por excelência, acordamos dispostos a concretizar as grandes resoluções tomadas durante o fim-de-semana.
Os protagonistas são duas pessoas que mal se conhecem e que acordam, pela manhã, convictas que vão finalmente por ordem nas respectivas casernas e fazer coisas penosas, entediantes, esteticamente inúteis, como por exemplo, ir ao banco ou pagar seguros.
Era feriado.
Drama! Encolheram os ombros e decidiram encontrar-se para um happy hour, em local a determinar.
Deslizaram, muito devagar, enquanto pensavam onde haveriam de ir. Estava calor e o pensamento demorava.
Quase por inércia optaram por uma tela de Botero.
Entraram e percorreram-na, aparentemente desatentos às figuras nela representadas, (apenas o pudor próprio de quem mal se conhece os impediu de dizer: olha aquele/a ali!); conversaram e viajaram do princípio até ao fim do mundo, ainda que ambos desconfiem que o mundo, por contraponto, não tem limites.
Que prazer imenso.
i
17 de Agosto de 2005
Cenas de uma tarde de Verão
Numa das mais bonitas esplanadas de Lisboa, estivemos duas horas à conversa, o rapaz que coleccionava canivetes e eu.
Estava muito calor e certamente que, se nos tivéssemos sentado no interior, gozaríamos o ar fresco, condicionado. Mas faltariam muitas coisas: o leve agitar das folhas das árvores, a sombra, o sol e as pessoas que passavam na avenida e que não nos desviaram a atenção, mas fizeram parte daquele cenário.
Foi a primeira vez que conversei com alguém que tivesse feito tão singular colecção, por isso tive tanta curiosidade em saber que outras coisas faz um rapaz assim: é piloto de avião e patrão de embarcações, viaja pelo mundo como quem come uma maçã e compõe músicas que são mar, desertos de areia, tempestades no céu e escarpas rochosas.O rapaz que coleccionava canivetes tem um sentido de humor cortante que já foi sarcástico, disse-me ele. Hoje, é trágico, disse-lhe eu. E rimos das mesmas coisas, ainda que descrevamos o mundo utilizando códigos diferentes: o dele tem sete notas, o meu dez algarismos.
i
25 de julho de 2005
3 Comments:
le-se com um sorriso! fiquei curiosa p saber qual das esplanadas seria, uma la no alto, aquela por onde passam todos, aquela deitada ao lado do rio?
en una tarde calurosa de verano encontre casualmente sin haber buscado una coleccionista de piedras corazon
las piedras corazon son exactamente lo que su nombre indica
piedras con forma de corazon
yo tengo una , es una suerte tener una
hay gentes que las confunden con el corazon piedra pero no tiene nada que ver....
yo tenia una y la coleccionista andaba buscando una, entonces escrito estaba que teniamos que encontrarnos y fue asi
y nos sentamos en unas escaleras donde hay un mar que tiene dos orillas muy cercanas tanto que desde una ves la otra ,yo nunca me habia mojado los pies en un mar tan extraño, que es un mar y cree que es un rio
ella me sujeto el bolso y las lagrimas y luego tomamos un cafe
y este fue un hermoso viaje
no hemos descubierto brasil
pero descubri que tenia una hermana
que iba a cuidar de mi
y hacia calor
Peg Solo: Mexicana
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