Duende
(...)
Já a luz se apagou do chão do mundo,
deixei de ser mortal a noite inteira;
ofensa grave a minha, que tentei
misturar-me aos duendes na floresta.
De máscara perfeita, e corpo ausente,
a todos enganei, e ninguém nunca
saberia que ainda permaneço
deste lado do tempo onde sou gente.
Não fora o gesto humano de querer-te
como quem, tendo sede, vê na água
o reflexo da mão que a oferece,
seria folha de árvore ou sério gnomo
absorto no silêncio de uma rima
onde a morte cessasse para sempre.
António Franco Alexandre
Já a luz se apagou do chão do mundo,
deixei de ser mortal a noite inteira;
ofensa grave a minha, que tentei
misturar-me aos duendes na floresta.
De máscara perfeita, e corpo ausente,
a todos enganei, e ninguém nunca
saberia que ainda permaneço
deste lado do tempo onde sou gente.
Não fora o gesto humano de querer-te
como quem, tendo sede, vê na água
o reflexo da mão que a oferece,
seria folha de árvore ou sério gnomo
absorto no silêncio de uma rima
onde a morte cessasse para sempre.
António Franco Alexandre
1 Comments:
...Como seria bom, construirmos o mundo como o vemos, como o sonhamos... e entrar na fantasia onde tudo é firme equilíbrio, um maravilhoso espaço e tempo de harmonia...
O sonho é puro e delicioso, mas quando acordamos, há alturas que praguejamos por não passar disso mesmo, um sonho. E, maldito o duende que nos pôs a sonhar...
“He oido que la noche es toda magia
Y que un duende te invita
a soñar…”
Heroes del Silencio: “Maldito Duende”
“(º0º)”
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