sexta-feira, novembro 04, 2005

Violoncelo

Chorai arcadas
Do violoncelo!
Convulsionadas,
Pontes aladas
De pesadelo...

De que esvoaçam,
Brancos, os arcos...
Por baixo passam,
Se despedaçam,
No rio, os barcos.

Fundas, soluçam
Caudais de choro...
Que ruínas (ouçam)!
Se se debruçam,
Que sorvedouro!...

Trémulos astros...
Soidões lacustres...
– Lemos e mastros...
E os alabastros
Dos balaústres!

Urnas quebradas!
Blocos de gelo...
– Chorai arcadas,
Despedaçadas,
Do violoncelo

Camilo Pessanha

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Espectacular poema!! Já não o lia há uns tempos!!

Passei para ler-te e deixar um abraço carinhoso ;)

07 novembro, 2005  

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