quarta-feira, novembro 02, 2005

Não há ninguém...

Não há ninguém à entrada de Novembro.
Vem como se não fora nada.
A porta estava aberta,
entrou sem pisar o chão.

Não olhou o pão, não provou o vinho.
Não desatou o nó cego do frio.
Só na luz das violetas se demora
sorrindo à criança da casa.

Essa boca, esse olhar.Essa mão
de ninguém.vai-se embora,
tem a sua música, o seu rigor, o seu segredo.
Antes porém acaricia a terra.

Como se fora sua mãe.


Eugénio de Andrade

3 Comments:

Blogger I said...

fogo...vou ficar rica...e depois lá se vão as minhas virtudes...

03 novembro, 2005  
Blogger V said...

Um tempo que uma poesia não me tocava como essa.
obrigada!

03 novembro, 2005  
Blogger Alberto Oliveira said...

..."fazer dinheiro extra", pode trazer complicações...

Cambada de "falsários"! E gostam de partilhar a "arte"!!

03 novembro, 2005  

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