sábado, outubro 29, 2005

A Máscara

Esta luz animada e desprendida
Duma longínqua estrela misteriosa
Que, vindo reflectir-se em nosso rosto,
Acende nele estranha claridade;
Esta lâmpada oculta, em nossa máscara
Tornada transparente e radiante
De alegria, de dor ou desespero
E de outros sentimentos emanados
Do coração dum anjo ou dum demónio;
Este retrato ideal e verdadeiro,
Composto de alma e corpo e de que somos
A trágica moldura, errando à sorte,
E ela, é ela, a nossa aparição,
Feita de estrelas, sombras, ventanias
E séculos sem fim, surgindo, enfim,
Cá fora, sobre a Terra, à luz do Sol.

Teixeira de Pascoaes

4 Comments:

Blogger I said...

O poema de hoje é especialmente dedicado a minha irmã.

29 outubro, 2005  
Blogger mfc said...

É bonito ver essa amizade.
Dá-lhe um abraço meu e toma um para ti.

29 outubro, 2005  
Anonymous Anónimo said...

Estragas-me com mimos!
Sem ti eu não teria palavras, és o meu sopro, adivinhas-me nos olhos, nas mãos, nas rugas, em sonhos, e fazes-te a minha voz, corres a espantar os demónios ou a chamar os anjos... Não é sangue, são vidas, são mil anos antes e já os do depois, que jamais te quero longe. ADORO-TE!!!!!
A tua irmã.

30 outubro, 2005  
Blogger Menina Marota said...

Teixeira de Pascoaes, um dos meus Poetas de eleição...
Gostei muito deste momento...

Um abraço e bom domingo ;)

30 outubro, 2005  

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