segunda-feira, abril 11, 2005

Eu, Rosie, eu se falasse

Eu, Rosie, eu se falasse, dir-te-
ia
Que partout, everywhere, em toda a
parte,
A vida égale, idêntica, the same,
É sempre um esforço inútil,
Um voo cego a nada.
Mas dancemos, dancemos
já que temos
A valsa começada
E o Nada
Deve acabar-se também,
Como todas as coisas.
Tu pensas
Nas vantagens imensas
De um par
Que paga sem falar;
Eu, nauseado e grogue,
Eu penso, vê lá bem,
Em Arles e na orelha de Van Gogh...
E assim entre o que penso e o que tu
sentes
A ponte que nos une - é estar
ausentes.

Reinaldo Ferreira
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